O uso das plantas medicinais com finalidades terapêuticas é uma prática milenar que foi validada pela ciência e hoje já é reconhecidamente utilizada em vários países e recomendada como Prática Integrativa e Complementar em Saúde.
A fitoterapia (terapêutica a partir das plantas medicinais) está presente em todas as antigas e atuais civilizações, e desempenha papel proeminente na manutenção da saúde dos povos não somente como recurso terapêutico, como também por coexistir com crenças, valores e necessidades da humanidade e, no nosso caso, diríamos que dos brasileiros como um todo.
Quando se trata de mulheres e o ciclo hormonal esta demanda por produtos naturais é ainda mais pulsante, visto que a utilização de hormônios sintéticos é cada vez mais questionada.
A fitoterapia engloba a utilização de plantas medicinais in natura, de drogas vegetais, de derivados de drogas vegetais, podendo ser utilizados na forma de chás medicinais ou em alguma forma farmacêutica (cápsulas, sachês, tinturas…); possui eficácias semelhantes, dependendo da planta utilizada, da parte da planta que é ativa, e da forma correta de preparação.
Para prescrever plantas medicinais e fitoterápicos é necessário, além de entender a necessidade, os riscos e benefícios de cada planta medicinal, estar atendo a forma farmacêutica mais adequada, dose mais correta e combinações de plantas mais eficientes.
No ciclo feminino as plantas medicinais podem controlar sintomas, modular hormônios ou até tratar determinadas patologias, tais como:
• Modulação da Síndrome Pré-Menstrual (TPM) e suas intercorrências;
• Modulação da Síndrome do Climatério/ Menopausa e suas intercorrências;
• Candidíase de repetição, endometriose, síndrome do ovário policístico.
Plantas como a soja (Glycine max), o trevo vermelho (Trifolium pratense), a cimicífuga (Actea racemosa) , a angelica chinesa (Angelica sinensis), entre outras, estão relacionadas a baixa incidência de Síndrome do Climatério, já que são moduladoras seletiva de receptor estrogênico. Sendo muito utilizada em casos de fogachos, baixa libido e secura de mucosa.
Outras como o açafrão-da-terra (Curcuma longa), o óleo de prímula (Oenothera biennis) e a tiririca (Cyperus rotundus) são extremamente antioxidantes e anti- inflamatórias e podem reduzir a sintomatologia de pacientes com candidíase de repetição, endometriose e/ou síndrome do ovário policístico.
Inclusive algumas plantas medicinais que são facilmente encontradas podem ser utilizadas em determinados sintomas. O funcho (Foeniculum vulgare) e a canela (Cinnamomum cassia), são plantas antiespasmódicas uterina que reduzem a intensidade das contrações uterinas e com isto ajudam em casos de Dismenorreia (cólicas menstruais).
Observa-se que os resultados clínicos são cada vez mais satisfatórios, incluem menos efeitos colaterais e menos dependência do paciente. No entanto, é necessário o conhecimento científico de cada planta a ser utilizada, pois muitas delas possuem efeitos colaterais e são contraindicadas para determinadas condições clínicas.
Profissionais de saúde médicos, nutricionistas, enfermeiros, farmacêuticos, fisioterapeutas entre outros , podem prescrever fitoterápicos em sua prática clínica, deste que sejam devidamente capacitados, em algumas profissões os conselhos de classe solicitam que o profissional tenha especialização na área.
Os medicamentos fitoterápicos podem ser encontrados nas farmácias e os extratos feitos nas farmácias de manipulação, porém, é importante que o paciente se conscientize que qualquer tratamento deve ser avaliado e tratado por um profissional de saúde correspondente a sua patologia e que evite a automedicação, inclusive de fitoterápicos.
Na minha prática de nutricionista e fitoterapeuta, utilizo um conjunto de medidas para obter um melhor resultado no tratamento; aliando a alimentação, com mudança de hábitos de vida e, quando necessário, o uso de fórmulas magistrais em fitoterapia e ou nutracêuticos. Além disso, ministro cursos e atuo na docência conduzindo profissionais
de saúde a trabalharem com fitoterapia na sua clínica.
Dra. Maria Angélica Fiut
Formação:
Nutricionista
Fitoterapeuta
Presidente da Associação Brasileira de Fitoterapia (ABFIT).
Coordenadora de Pós-Graduação em Fitoterapia na Prática Clínica.
CV: http://lattes.cnpq.br/6072201392479927
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