MULHERES QUE INSPIRAM OUTRAS MULHERES
A Necessidade de um Atendimento Integrado em Saúde.
Angélica Fiut, mulher, nutricionista, fitoterapeuta, mãe, avó, psicanalista… Como muitas mulheres é múltipla e única. Hoje, referência na área da fitoterapia, foi a primeira mulher e nutricionista a ser presidente da Associação Brasileira de Fitoterapia (ABFIT), antes lugar apenas ocupado por homens e médicos.
Além da clínica particular que atende, sempre interagindo com outros profissionais de saúde, Angélica é Coordenadora de pós-graduação na área e coordenadora de ambulatório clínico destinado a atendimento no serviço público de forma humanizada e integral. Atua na docência nas áreas de nutrição, fitoterapia e psicanálise e já viajou boa parte do país e fora dele ministrando palestras para outros profissionais de saúde. É também autora e coautora de livros na área de nutrição, fitoterapia e psicanálise.
Angélica conta que o que a motiva a esta pluralidade é seu paciente e que há urgência de um atendimento integrado por parte dos profissionais de saúde. “Reunir os diferentes saberes é urgente no atendimento clínico, nossos pacientes não querem ser fragmentados para serem atendidos, eles querem um profissional que veja um indivíduo e não apenas uma patologia ou sintoma. É imperativo uma escuta ativa, este foi um dos motivos que me levou ao mestrado em psicanálise”.
A saúde passou por alterações ao longo da história, no começo, na era anterior a Hipócrates (Pai da Medicina que viveu de 460 a 375 a.C), acreditava-se que a doença e suas causas eram responsabilidades divinas. Com Hipócrates veio a Era da Razão, mas apesar disso ainda se pensava no indivíduo, fruto de um ambiente que influenciava suas respostas clínicas. A seguir, os estudos de Galeno (129 a 217 d.C) reforçaram isso mostrando que não somos fragmentados e que a saúde vai além do bem-estar físico.
Mas, como sempre há trevas no caminho. No séc. XI, na idade média, conhecida como a Era das Trevas, a evolução da medicina sofreu alguns percalços que atrapalharam seu desenvolvimento. No começo ficou restrita aos persas e árabes. Séculos foram necessários até que as pesquisas fossem restabelecidas no Ocidente. Durante esse tempo somente nos mosteiros, que se mantiveram os manuscritos, e que se preservaram os conhecimentos sobre a medicina. A Igreja impôs tabus impedindo por exemplo que cadáveres fossem abertos para estudo.
No séc. XV com a Renascença, os manuscritos foram retirados dos monastérios e passou-se a estimular pesquisas A evolução da Medicina no mundo ficou mais nítida no século XX, com os avanços tecnológicos, que proporcionaram a criação de equipamentos para o diagnóstico de enfermidades.
“Hoje, vivemos em uma medicina cada vez mais inovadora, especializada, com precisão genética. E isso é fantástico e importante, mas não o suficiente. Entender os caminhos da medicina através dos anos é importante para que sejamos profissionais de saúde conscientes de que talvez haja muitos caminhos para ter esta saúde. Trabalhamos muito bem com diagnósticos, doenças, sinais e sintomas. Mas será que sabemos prevenir doenças e tratar corpo, mente, ambiente como integrados?”
O resgate a recursos de tradicionalidades começou a acontecer no mundo através de importantes movimentos, como a Declaração de Alma Ata em 1978 que trouxe o Programa de Medicina Tradicional pela Organização Mundial de Saúde. No Brasil, desde 2006 temos dentro do Sistema Único de Saúde as Práticas Integrativas e Complementares como estratégia na atenção primária. A fitoterapia está inserida e é uma das principais práticas integrativas. O que acontece com isso é um resgate a prática do cuidado e um movimento em direção a técnicas menos invasivas em saúde.
“Se somos profissionais inovadores, não podemos continuar com técnicas arcaicas de atendimento. Convoco a continuarmos evoluindo a saúde. Saúde em seu conceito mais amplo. Na minha prática clínica utilizo um conjunto de medidas para obter um melhor resultado para meu paciente; aliando a alimentação, com mudança de hábitos de vida, fitoterapia e nutracêuticos quando necessário e conceitos de psicanálise sempre. Além disso, atuo na docência conduzindo profissionais de saúde a trabalharem com seus pacientes de forma integrada.”
Maria Angélica Fiut
Formação:
Nutricionista
Fitoterapeuta
Presidente da Associação Brasileira de Fitoterapia (ABFIT).
Coordenadora de Pós-Graduação em Fitoterapia na Prática Clínica.
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