A vitamina D ou calcitriol (um hormônio esteróide) possui múltiplas funções no corpo – possui ação antiinflamatória, modula o sistema imunológico, atua no metabolismo ósseo e nos sistemas cardiovascular, endócrino, nervoso, digestivo, renal e reprodutivo.
Em nosso corpo todas as células possuem receptores para a vitamina D.
A Vitamina D possui duas formas bioequivalentes: a vitamina D2 (ergocalciferol) que é obtida de alimentos vegetais e/ou suplementação oral e a vitamina D3 (colecalciferol), obtida quando a pele é exposta a radiação ultravioleta B, bem como pela ingestão alimentar (óleo de peixe, alimentos fortificados – leite, manteiga, iogurte, cereais e soja) ou ainda suplementação.
A vitamina D3 em sua forma biologicamente ativa, é sintetizada pela ação da radiação ultravioleta na pele, convertendo o 7-dehidrocolesterol em pré-vitamina D3 e depois em colecalciferol. O colecalciferol age na regulação do crescimento celular, prevenindo a progressão do câncer (reduz a formação da vascularização – fator crucial para que as células neoplásicas se desenvolvam; aumenta a morte dessas células (apoptose); reduz a proliferação celular e as metástases.
O número de pessoas que apresentam níveis de vitamina D abaixo do recomendado vem aumentando. Em indivíduos saudáveis, os níveis da vitamina D no sangue devem estar entre 40 e 50 ng/ml.
Estudos indicam que a deficiência de Vitamina D está relacionada com câncer, doença cardiovascular, diabetes, obesidade, esclerose múltipla, distúrbios psiquiátricos e doenças neuro-musculares.
Quem apresenta maior risco para deficiência de vitamina?
- Pessoas cuja exposição solar é reduzida ou pelo uso de filtro solar;
- Pessoas que apresentam diminuição da biodisponibilidade da Vitamina D, relacionadas a doenças que interferem na absorção intestinal tais como as doenças inflamatórias intestinais ou obesidade;
- Gestantes e mulheres que estão amamentando em que ocorre maior demanda de Vitamina D devido a produção do leite;
- Usuários de medicamentos que interferem no metabolismo da Vitamina D (antiepilépticos, antirretrovirais, glicocorticóides e bloqueadores da absorção de gorduras);
- Portadores de doenças como tuberculose e sarcoidose, doença hepática e renal grave.
Como suplementar vitamina D?
A suplementação está disponível na forma de vitamina D2 (ergocalciferol) e vitamina D3 (colecalciferol), sendo esta última mais potente, pois está relacionada com a conversão do hormônio sob efeito da radiação UVB.
Fatores como a quantidade de melanina produzida pelo indivíduo, área corporal exposta, estação do ano, latitude são fatores que alteram a absorção.
A vitamina D pode ser administrada por via oral – 7.000 UI diárias por 8 semanas ou 50.000 UI por semana.
Estudos mostram que a administração trimestral ou semestral de vitamina D3 injetável, por via intramuscular, em até 600.000 UI é eficaz e segura, mantendo os níveis de vitamina D no organismo adequados por meses. A vitamina D por via intramuscular têm uma absorção pela circulação sistêmica de forma gradual e prolongada (ela se deposita no tecido intramuscular), assim ela pode ser administrada em altas doses e menor frequência, mantendo os níveis séricos de maneira mais sustentada. Inicialmente ocorre um aumento dos níveis que se mantêm de 3 a 6 meses.
A vitamina D3 quando administrada conjuntamente com a vitamina K2 MK7 propicia um melhor aproveitamento do cálcio (o direcionando para os ossos), evitando o depósito do cálcio em locais não desejados como artérias, articulações e alguns órgãos.
Antes da administração é importante checar os níveis séricos através de exames, inclusive há farmácias que disponibilizam o teste rápido para vitamina D. É importante ressaltar que o exame não substitui o acompanhamento médico, sendo utilizado como triagem com intuito de prevenção.