O Impacto da Ansiedade no Comportamento Alimentar e a Necessidade de Tratamento Adequado. Comer por ansiedade é muito comum, mas não é NORMAL. Na verdade, sentir-se ansioso o tempo inteiro não é normal. Ninguém É ansioso(a). Você pode estar ansioso(a) por alguma questão pontual: uma entrevista, um relacionamento, uma reunião… Mas SER ansioso, ou seja, se sentir ansioso o tempo todo, de modo que atrapalhe a realização das suas tarefas, o descanso ou, em casos mais graves, a sua qualidade de vida, não é normal, é um transtorno e PRECISA ser visto e tratado.
Sentir o coração acelerado, suor frio, falta de ar e dificuldade de organizar os pensamentos configura uma crise de ansiedade, mas não conseguir começar e terminar uma tarefa, sofrer por antecipação e precisar de suporte para encarar as atividades diárias podem ser sinais de ansiedade generalizada. Esse suporte pode ser buscado na bebida alcoólica, no cigarro, na rolagem de telas e na comida e costumam agravar o quadro depois de consumados, com uma sensação de fracasso e de arrependimento logo em seguida.
Essa forma de funcionar em eterno estado de alerta, é capaz de aumentar o apetite e favorece a formação de uma associação entre o estado de alerta e o consumo de alimentos, em geral mais palatáveis e calóricos e, se o comportamento de suporte for o de comer, pior ainda, mais chances de comer emocional, ganho de peso e piora da ansiedade, bem no modelo “bola de neve”.
Nos dias atuais a velocidade de tudo é tamanha que achamos normal, aceitável e necessário estar sempre fazendo e pensando em 1000 coisas ao mesmo tempo, mas menosprezamos o efeito ruim que isso tem sobre o funcionamento do nosso cérebro e comportamento.
O bem estar mental é parte fundamental para a saúde e influencia diretamente no comportamento alimentar e no peso e ter tempo para descanso, estipular limites e saber desacelerar faz parte do tratamento de quem sofre com obesidade.
Quando a vontade de comer se torna incontrolável e quase uma obrigação, gerando sentimentos de frustração e falta de controle, pode ser indício de um transtorno alimentar e precisa ser avaliado por um médico especialista, em geral endocrinologista ou psiquiatra.
O tratamento medicamentoso e psicoterápico nesses casos de ansiedade e comer impulsivo são essenciais para permitir a recuperação da percepção de auto eficácia e permitir a mudança de hábitos, com a interrupção do comportamento destrutivo e início de um ciclo virtuoso, com melhora do bem estar físico e mental, perda de peso, melhora do sono e dos relacionamentos.
Quando falamos de compulsão alimentar não estamos falando de comer uma caixa de bombom inteira quando está estressado, mas de comer mesmo sem querer, mesmo sem fome, mesmo sentindo mal e NÃO CONSEGUIR parar de comer enquanto não acaba. Muitas vezes envolve comer coisas que não gosta e a necessidade de se sentir desconfortavelmente cheio para conseguir parar de comer. Pode ser seguido de mal estar físico, mas principalmente de mal estar mental, sensação de falha e de insuficiência. Existem critérios para o diagnóstico e não deve ser definido sem conhecer o paciente em questão, mas o atraso no diagnóstico torna ainda mais sofrido o caminho do paciente com obesidade e compulsão.
O caminho até os episódios de compulsão alimentar clássicos passa por períodos de perda de controle menos graves, com a sensação de incapacidade de fazer diferente e merece uma avaliação cuidadosa. Nesses casos, muitas vezes o uso de um inibidor de apetite não traz benefício, pois mesmo sem fome, os episódios de impulso podem continuar acontecendo e, se não identificados, contribuem para a sensação de falta de capacidade de perder peso.
Se você, ou alguém que você conhece, vive comendo por ansiedade, se sente sem controle sobre as quantidades e escolhas de alimentos e bebidas e se sente mal por isso, procure ajuda especializada, falar sobre esse comportamento com psicólogo psiquiatra, nutricionista ou endocrinologista que está te acompanhando no processo de tratamento de obesidade permite adequar o tratamento e pode te libertar dessa sensação de ser mandado pela comida.
A comida é parte da nossa vida, mas não pode ser o centro ou o personagem principal. Os comportamentos são aprendidos e não parte de quem somos, então apesar de não ser trivial, é possível mudá-lo . Requer estratégia, motivação e persistência.
Colocar hábitos alternativos no lugar e criar novas associações mais saudáveis, permitem que o novo hábito se consolide e vire parte da rotina. Nessa jornada o auto registro e o acompanhamento dos resultados é essencial. Outra ferramenta útil é a confecção de cartões de enfrentamento e a lista de vantagens que se espera alcançar na mudança dos hábitos. Então da próxima vez que se pegar comendo por ansiedade, procure pensar o que você está buscando e como poderia conseguir de outra forma e retome as rédeas das escolhas alimentares. E, claro, busque ajuda!
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Sou Dra. Letícia Maria Alcantara Margallo, médica formada pela UFRJ, fiz clínica médica na UERJ e voltei para fazer a Residência médica em Endocrinologia, nutrologia e metabologia na UFRJ. Tenho uma verdadeira paixão por estudar e procurar formas de tornar vidas mais leves e saudáveis, criei planos de acompanhamento Fique Leve com atendimento integral e profissionais associados que tem a mesma missão de conexão com cada pessoa que nos procura e impactar a sua vida da melhor forma possível. Minha clínica – Dra Leticia Margallo – Endocrinologia Integral está na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro – RJ. Mas atendemos pacientes de todo brasil através do teleatendimento / teleconsulta. Para marcação e dúvidas – (21) 97202-0703 e tem muito conteúdo sobre como combater a obesidade e diabetes no meu perfil do Instagram @draleticiamargallo
Dra. Letícia Maria Alcantara Margallo
Formação
Médica Especialista em: Endocrinologia, Nutrologia e Metabologia.
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