A paralisia de Bell é uma condição que resulta em fraqueza ou paralisação súbita e temporária nos músculos de um lado do rosto, podendo ser bilateral. A causa exata não é conhecida, sendo considerada idiopática, mas acredita-se que esteja relacionada a inflamação do nervo facial. Geralmente, a recuperação ocorre ao longo do tempo, com muitas pessoas se recuperando completamente.
O nervo facial é um nervo craniano que desempenha um papel crucial no controle dos músculos faciais. Ele é responsável por transmitir sinais motores que permitem movimentos como expressões faciais e também desempenha um papel na transmissão de sinais sensoriais relacionados ao paladar em uma parte da língua.
A fotobiomodulação, também conhecida como terapia com laser de baixa intensidade, tem sido estudada como uma abordagem para ajudar na recuperação da paralisia de Bell. A luz laser (FBM) aplicada sobre a área afetada tem efeitos benéficos, incluindo a estimulação do metabolismo celular e a redução da inflamação. Sabe-se que quanto mais precoce a intervenção, mais rápida é a resolução do processo.
Algumas considerações sobre o uso da fotobiomodulação para lesões nervosas incluem: a laserterapia de baixa intensidade pode ter efeitos bioestimulantes, promovendo a regeneração nervosa e reduzindo a inflamação ao nível celular. A fotobiomodulação possui ação analgésica e anti-inflamatórias, o que pode ser benéfico para aliviar alguns sintomas. A luz laser tem ação na mitocôndria das células, aumentando a produção de ATP (trifosfato de adenosina), ou seja, aumentando a energia das células, o que pode facilitar a recuperação.
Além disso, vários estudos científicos também tem comprovado que a fotobiomodulação pode melhorar a circulação sanguínea local e vários eventos ocorrem durante esse processo como: Vasodilatação permitindo um aumento do fluxo sanguíneo na área afetada. Aumento da permeabilidade vascular, facilitando a passagem de células do sistema imunológico para o tecido inflamado. Liberação de Citocinas, prostaglandinas e outros mediadores, para modular a resposta inflamatória.
O aumento da circulação sanguínea é uma parte essencial do processo de cura, pois fornece nutrientes, oxigênio e células do sistema imunológico necessários para reparar o tecido danificado e combater infecções. No entanto, em alguns casos, a inflamação prolongada ou excessiva pode levar a problemas de saúde crônicos.
É importante notar que qualquer abordagem terapêutica, incluindo a fotobiomodulação, deve ser discutida e supervisionada por profissionais de saúde qualificados, para garantir a segurança e eficácia do tratamento. Principalmente pois essa biomodulação através da luz é dose dependente, ou seja, podemos estimular ou inibir os processos, dependendo dos parâmetros utilizados!
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Referências:
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