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A Humanização no Tratamento do Câncer – Bruno Conte

Na entrevista com o renomado oncologista Dr. Bruno Conte, abordamos um tema essencial: a do paciente oncológico. Segundo o especialista, a qualidade de vida é um aspecto fundamental no cuidado de pessoas com , e a humanização do tratamento é crucial nesse processo. Além dos tratamentos médicos, o bem-estar , o apoio da família e amigos, e até a espiritualidade desempenham papéis importantes no enfrentamento da doença.

Dr. Bruno destacou que a humanização no tratamento oncológico vai além das terapias convencionais, abrangendo o cuidado integral com o paciente. Ele nos explicou os principais desafios e as estratégias para melhorar a qualidade de vida dessas pessoas, enfatizando a importância de se tratar o indivíduo como um todo: físico, mental e emocionalmente.

  1. Dr. Bruno, pode nos contar um pouco sobre sua trajetória na e como decidiu se especializar em oncologia?

Resposta: O meu interesse pela medicina, apesar de não vir de uma família de médicos, surgiu de forma bastante intuitiva por volta dos meus 14, 15 anos. Sempre tive muito interesse por biologia, pelo corpo humano, pela humana, e por cuidar e me despedir de pessoas, além de lidar com pessoas. E, por volta do terceiro ano da graduação, me apaixonei por imunologia. Tinha um grande interesse científico por essa área, principalmente porque ela envolve todas as doenças. Praticamente todas as doenças estão envolvidas, de alguma forma, com o sistema imunológico, sejam doenças neurodegenerativas, cardiológicas, inflamatórias, autoimunes ou câncer. O sistema imunológico sempre me fascinou, especialmente em doenças infectocontagiosas. No entanto, a especialidade de imunologia clínica é difícil de se trabalhar, sendo uma área mais complexa e voltada para pesquisas. Dentro da oncologia, encontrei uma maneira de conciliar meu interesse científico e teórico, onde eu gostava muito de estudar, com a prática clínica. Embora, no início da minha graduação e carreira, a imunoterapia ainda não fosse aplicada como é hoje, a imunologia sempre foi muito estudada, teorizada e pesquisada dentro da oncologia. Esse foi o principal motivo pelo qual me interessei, pela integralidade. Sempre tive essa visão do corpo humano como um todo, com o sistema imunológico sendo, por assim dizer, um elo biológico entre os diversos órgãos e sistemas. A oncologia, com sua multiplicidade, não se restringe a um único órgão, como a cardiologia ou a pneumologia. Ela oferece essa amplitude de avaliação clínica, já que o câncer pode surgir em qualquer órgão ou sistema. Essa visão abrangente da oncologia clínica sempre me interessou. Além disso, a questão social e cultural da oncologia também me cativa muito, pois envolve temas como o medo de uma doença grave, a relação com a morte, a vida e toda a simbologia associada a essas questões. Tudo isso sempre me interessou muito.

  1. Quais são os principais tipos de câncer que o senhor trata em sua prática clínica?

Resposta: Os principais tipos de câncer na minha prática clínica são, principalmente, o câncer de mama, que é muito comum, e o nos homens, que também é bastante prevalente. Além disso, os cânceres de pulmão e do trato gastrointestinal, especialmente o câncer colorretal, estão entre os quatro tipos mais frequentes. No entanto, na minha prática clínica, atuo com oncologia geral, então não restrinjo meu trabalho a um grupo específico de tumores ou cânceres. Mesmo assim, esses que mencionei são os mais comuns.

  1. O senhor poderia explicar a importância da na luta contra o câncer?

Resposta: A importância da prevenção do câncer é incalculável. Em uma sociedade como a brasileira, no mundo moderno, se tivéssemos políticas mais eficazes e executássemos a prevenção do câncer de forma adequada, isso permitiria um maior investimento público em outras áreas, como educação, desenvolvimento tecnológico, social e em outras áreas da saúde. O câncer é um dos principais problemas, senão o principal problema de saúde pública no Brasil, e acredito que também em praticamente todos os países desenvolvidos. É um problema emergente, muito complexo e extremamente caro, tanto pelos custos diretos do tratamento, quanto pelos indiretos. Em geral, muitas pessoas durante o tratamento do câncer acabam se afastando do trabalho, deixando de exercer suas funções. Isso gera um grande impacto financeiro para a sociedade, e todo esse recurso poderia ser utilizado em outras áreas de desenvolvimento. Por isso, a prevenção do câncer é extremamente importante, válida e precisa ser priorizada.

  1. Quais são as principais estratégias de prevenção que o senhor recomenda aos seus pacientes?

Resposta: Em termos de prevenção, as principais estratégias envolvem o entendimento da saúde humana de forma integral, como biopsicossocial. Isso, para mim, é a integralidade da saúde humana: enxergar o ser humano como um todo, considerando os aspectos biológicos, psicológicos e sociais. Portanto, devemos cuidar do corpo físico, mas também atuar no meio psicossocial. Fatores como o estresse crônico, por exemplo, são predominantes na vida moderna e precisam ser trabalhados na prevenção, não só de cânceres, mas também de doenças crônicas, autoimunes, inflamatórias, cardiovasculares e metabólicas, que muitas vezes têm origem em problemas psicossociais que afetam o corpo. Problemas como depressão e , cada vez mais comuns entre jovens e adolescentes, são necessidades urgentes que precisam ser abordadas na prevenção dessas doenças crônicas. Portanto, a prevenção do câncer faz parte da prevenção de múltiplas doenças crônicas. Não podemos pensar na prevenção do câncer isoladamente. No entanto, existem diversas estratégias que proponho, como manter uma equilibrada e saudável, rica em fibras, e evitar alimentos ultraprocessados, como salgadinhos, bolachas, doces, e outros alimentos embalados conhecidos como “junk food”. Esses alimentos estão diretamente relacionados à , depressão e problemas crônicos, como o câncer, além de uma infinidade de doenças metabólicas, como diabetes e hipertensão. Assim, uma dieta bem diversificada, rica em frutas, legumes, vegetais, grãos integrais e verduras, é fundamental para a manutenção da saúde física e mental. A atividade física também é essencial, pois movimentar o corpo é importante tanto para a saúde física quanto mental. Trabalhar o ganho de musculatura, força, flexibilidade, com atividades de alongamento, e praticar exercícios que proporcionem paz e calma, como yoga ou artes marciais que trabalhem nossa energia vital, são igualmente importantes. Além disso, atividades que elevem o espírito, como práticas religiosas, espirituais ou meditação, contribuem para o bem-estar geral. A sensação de conexão, pertencimento e propósito, seja por meio de atividades comunitárias ou sociais, também é fundamental para a prevenção. Portanto, a prevenção do câncer envolve múltiplos fatores: biológicos, psicológicos e sociais. Na clínica, tento abordar cada situação de forma individualizada, considerando o momento de vida de cada paciente e o contexto em que está inserido, a fim de oferecer a melhor qualidade possível na prevenção de doenças. É dessa forma que enxergo a prevenção primária do câncer. Um adendo dessa última resposta é que o estresse crônico, uma forma que eu costumo explicar bastante a questão da prevenção, é através do estresse crônico de hoje em dia, que ele é onipresente e ele é universal, o mau gerenciamento do estresse crônico, ele faz as pessoas buscarem por exemplo o álcool, o tabagismo, o sedentarismo, o isolamento social, uma mal alimentação com essa alimentação, com esses alimentos porcaria que eu comentei, então o estresse crônico ele atrai esse tipo de atividade que é extremamente correlacionada com o desenvolvimento de cânceres e algo fundamental aqui é importantíssimo, a privação de sono, então o sono ele se. Torna um hábito, vamos dizer assim, uma necessidade pouco atingida, um sono eficaz, hoje no mundo moderno ele é raro, então grande parte das pessoas precisam tomar remédios ou simplesmente quem não toma remédio simplesmente tem muita dificuldade de dormir ou até dorme, mas dorme é um sono não eficaz, um sono não reparador e isso tem consequências desastrosas com quebra do ciclo circadiano, mau funcionamento do sistema imunológico e consequentemente uma maior tendência gerar tumores, gerar câncer por diversos mecanismos biológicos, intrínsecos e permissivos quando a pessoa então ela é submetida, o estresse crônico mal gerido. Silenciado e uma privação de sono crônica.

  1. Em termos de diagnóstico precoce, quais exames e procedimentos são mais eficazes?

Resposta: Em termos de rastreamento, diagnóstico precoce, os exames mais interessantes, disponíveis para o câncer de mama, então a gente fala da mamografia e da ultrasonografia de mamas, são dois exames aí que se complementam, interessantes da gente obter. Isso tudo, claro, a gente precisa pensar de uma forma individualizada, pesando os riscos e benefícios de cada um desses exames que eu vou falar. O e o Toque Retal na prevenção, no rastreamento, nessa prevenção secundária ou rastreamento, que seria essa detecção precoce, então não são medidas de prevenção primária, como as citadas nas respostas anteriores, mas medidas de prevenção chamadas secundárias ou de rastreamento. Muito, como eu prefiro, chamar que é a detecção precoce. Então, quanto antes detectarmos, quanto mais inicial foi detectada a doença, com certeza as chances de cura são muito maiores e o impacto socioeconômico é muito menor, o impacto negativo socioeconômico é muito menor e por isso, então, são estratégias bastante interessantes, bem-vindas e que precisam ser analisadas dentro do contexto de cada indivíduo. Então, para o câncer de mama, basicamente os exames de rastreamento, mamografia e ultrasonografia das mamas e no câncer de próstata, a dosagem do PSA e o toque retal. Muito importante. Prevenção, rastreamento do câncer coloretal. E o Papa Nicolau, a copocitologia oncótica do cervix uterino, a coposcopia, é extremamente importante, válida e temos que pensar. A coposcopia, o Papa Nicolau, isso já a partir da adolescência, a partir do início da atividade sexual da pessoa já dá esse primeiro passo a iniciar esses exames e os demais exames citados precisa discutir o risco sexual. Em geral, a partir dos 50 anos é a recomendação para a população em geral, mas isso vai depender muito dos riscos de cada indivíduo, levando em consideração o histórico. Familiar e o estilo de vida de cada um, o acesso de cada um a esse tipo de exame e aí então isso, essa idade, essa recomendação, isso pode variar em torno de acordo com esses fatores.

  1. Como a genética influencia o risco de desenvolver câncer e como isso é abordado em suas consultas?

Resposta: A genética não determina o câncer, a genética influencia o câncer, o efeito genético que consegue explicar a vasta maioria dos cânceres é a epigenética, ou seja, como fatores ambientais e quando eu falo fatores ambientais é o ambiente externo, por exemplo, poluição, qualidade do ar, radiação, exposição a vírus, outros agentes do meio ambiente, dieta e tudo que a gente está exposto e o nosso ambiente interno, que basicamente a gente poderia colocar como o nosso comportamento e o nível de estresse crônico, esse ambiente químico, neuroquímico, neuroendócrino que nós temos dentro do nosso organismo. Então, esse ambiente, ele é capaz de influenciar o funcionamento de genes, inclusive genes conhecidos como importantes e extremamente relevantes que conferem um maior risco para o desenvolvimento de câncer, como por exemplo o BRCA1 e 2 no câncer Então, ter a presença destes genes não é a presença do gene que determina a doença, e sim a epigenética, a influência desses fatores ambientais na ativação ou inativação, na permissão do funcionamento desse gene ou no impedimento do funcionamento desse gene, que é determinado por fatores ambientais e não intrínsecos ao gene. Então, isso permite uma consciência muito maior para o indivíduo e para a população a respeito das suas escolhas, do seu comportamento e de como essas escolhas e esses comportamentos são extremamente relevantes para a sua saúde, não simplesmente eu sofro de uma herança genética maldita e que na minha família todo mundo tem câncer, então eu tenho o gene do câncer e é assim que vai ser, e eu estou então predeterminado a ter uma doença, como se então a pessoa fosse indefesa e incapaz de atuar a respeito da própria saúde, isso no meu entendimento não existe, mesmo quando temos a presença de genes sabidamente influenciadores de um maior risco, como esses que eu citei. Então, isso é a forma como a gente, como eu lido nas minhas consultas, e aí a gente precisa ponderar o risco individual, porque, claro, alguns genes, mesmo sendo muito raros, então a gente, por exemplo, quando há uma influência direta genética, a gente classifica como cânceres hereditários, né, porque esses genes eles podem passar por múltiplas famílias, ou seja, ter uma hereditariedade, então quando isso acontece e a gente detecta o gene, então a gente vai conversar de estratégias possíveis de prevenção, por exemplo, no caso do BRCA1 e 2, estratégias de fazer uma retirada das mamas, né, mastectomia profilática preventiva, né, porém muitas vezes isso pode deixar marcas, cicatrizes, traumas emocionais e que podem, enfim, e precisam ser trabalhados, atingidos com o paciente para que seja tomada as melhores decisões em cima de todo o contexto epigenético que eu citei, porque mesmo nesses casos precisa-se ter e levar em consideração os fatores epigenéticos de comportamento, né, para que a gente não proporcione aí um tratamento excessivo, do qual o paciente pode se arrepender para o futuro. E então tem que se discutir de uma forma individual, colocando sempre o peso, então os cânceres não hereditários, eles correspondem aí em cerca de 98, 99% dos casos, ou seja, nós chamamos esporádicos, ou seja, a sua grande maioria, o câncer hereditário é algo raro e eu, particularmente, não acredito que nenhum câncer seja unicamente determinado por um único gene, eu não consigo acreditar nisso.

  1. O senhor poderia falar sobre as opções de tratamento disponíveis atualmente e como elas evoluíram ao longo dos anos?

Resposta: Hoje, as opções de tratamento do câncer são bastante amplas, muito interessantes. Houve uma evolução das últimas décadas tecnológica muito grande, muito significativa, e que eu pude acompanhar isso de uma forma bem interessante, porque nos últimos 10, 15 anos, que foi quando eu me formei em Oncologia, eu iniciei a minha residência, minha especialização em 2011 e finalizei em início de 2014. Então, eu pude acompanhar um avanço tecnológico gigantesco, muito interessante, das diversas terapias para o câncer. Então, por exemplo, as cirurgias ficaram muito mais conservadoras, a gente pode chamar assim, tecnológicas. Hoje, temos disponível a cirurgia robótica, por exemplo, que o paciente às vezes vai de alta do hospital ali após uma prostatectomia, após uma cirurgia de grande porte, às vezes no dia seguinte do procedimento. Realmente, o paciente se recupera da cirurgia muito mais rápido e cirurgias com resultado oncológico muito interessantes. Na radioterapia também temos ali máquinas hoje, tecnologias de tratamentos radioterápicos extremamente eficazes, com baixo risco, baixa toxicidade, que conseguem direcionar o tratamento radioterápico cada vez mais para a área de interesse, para a lesão de interesse, com a capacidade de poupar tecidos, órgãos vizinhos. Então, tratamentos com muito menos toxicidade, com maior eficácia e menor toxicidade também na área de radioterapia, com protocolos que se modernizam todos os anos. E dentro da oncologia, clínicos, tratamentos sistêmicos também é bastante interessante. Então, ainda hoje, usamos a quimioterapia, porém, poderia dizer que na última década surgiram drogas como a imunoterapia, que são que são direcionados para um melhor funcionamento do sistema imunológico para o combate ao câncer. Drogas, então, também menos tóxicas, menos agressivas, com menor risco, com perfil de tolerância para o paciente, muito melhor, muito mais interessante e com uma eficácia muito maior. Então, por exemplo, eu acho que o grande exemplo é o melanoma metastático, que é um câncer de pele, que quando eu estava na residência, a gente dispunha ali de poucas drogas para o combate, drogas tóxicas e que traziam resultados bem ruins, com uma sobrevida baixa, pequena, com uma qualidade de vida ruim e hoje nós temos a imunoterapia que para grande parte desses casos é extremamente eficaz, com uma sobrevida muito longa, uma qualidade de vida muito maior, mas a gente tá falando, por exemplo, de 5, 6 vezes mais e com alguns casos, uma parcela desses casos de melanoma metastático, que no começo a gente não conseguia imaginar a pessoa ultrapassando dois anos, por exemplo, de vida, a partir desse diagnóstico, hoje uma parcela significativa, podemos colocar, os estudos mostram em torno de 20 a 30% dos casos, podendo até curar essas doenças com drogas menos tóxicas, com as drogas mais específicas para o sistema imunológico, então isso é um grande avanço, temos hoje mais da metade dos pacientes vivendo mais de 5, 7 anos, então isso é um grande avanço num tempo significativamente, relativamente curto, e outras drogas para outras doenças também, então hoje os medicamentos, quando o paciente tolera bem, quando ele é eficaz, ele é capaz de cronificar o câncer metastático, assim podemos comparar como se fosse outras doenças, como diabetes, pressão alta, que as pessoas tomam comprimidos, então temos também tratamentos para alguns tipos de câncer metastático com comprimidos, que são extremamente válidos, importantes, com resultados ótimos, hoje em dia, como por exemplo, os inibidores de ciclina para o tratamento do câncer de mama, é um grande destaque também para o câncer de mama metastático, é um grande destaque dessas terapias modernas e que os pacientes hoje podem usufruir.

  1. A qualidade de vida dos pacientes é uma preocupação constante. Quais medidas podem ser tomadas para melhorar o bem-estar durante o tratamento?

Resposta: As medidas possíveis para ser tomadas para melhorar o bem-estar, envolve aquela integralidade da saúde, a visão que eu proponho da abordagem biopsicosocial. Então, eu gosto muito quando o paciente traz a família, traz os amigos para o consultório e todo mundo conversa junto, todo mundo entende o problema junto. Eu acredito que quando a gente tem esse apoio social, isso melhora muita qualidade de vida. Então, o paciente oncológico muitas vezes é marginalizado, seja no emprego, seja dentro de casa, seja no trabalho, muitas vezes ele se sente ali. Desconectado, isolado e isso causa uma sensação muito complexa e difícil que que é essa desconexão e isso é extremamente prejudicial eu acredito que esse seja um dos principais se não o principal fator de mal-estar e que inclusive pode ter impacto no prognóstico do câncer, do tratamento, então quando eu penso em bem-estar eu penso nesse em trazer a família, os amigos, para o consultório, para todo mundo entender o problema junto, conversar, discutir, tirar dúvidas, desmistificar a doença e o processo do cuidado, mas é claro que daí cada etapa do cuidado, cada momento. De cada paciente, ele vai envolver desafios diferentes como, por exemplo, quando vai para uma cirurgia ou quando vai para uma quimioterapia, quando tem o risco de perda de , por exemplo. Então é muito importante a abordagem multidisciplinar, o acompanhamento com psicólogos, nutricionistas, terapeutas ocupacionais, para cada caso, para cada situação, a participação, fisioterapia. Então essa abordagem multidisciplinar é extremamente importante para o bem-estar do paciente. O paciente oncológico necessita estar amparado, apoiado, seja pela família, seja pelos amigos, pela sociedade, pela equipe de cuidado. Toda essa rede de apoio porque, enfim, são múltiplos medos, múltiplas inseguranças geradas pelo diagnóstico e que muitas vezes, então, isso pode provocar muita ansiedade, um isolamento social, sintomas depressivos e que tem um impacto de tirar a qualidade de vida do paciente muito grande e, inclusive, também piorar o prognóstico, como eu citei. Então, eu acredito que esta abordagem seja a principal quando a gente fala de qualidade de vida durante o tratamento.

  1. O suporte emocional é crucial durante o tratamento do câncer. Como o senhor e sua equipe oferecem esse apoio aos pacientes?

Resposta: O impacto emocional é importantíssimo em todas as etapas, o sistema corpo-mente ou mente-corpo predomina no desenvolvimento, no tratamento e na prevenção, seja na prevenção primária, seja na prevenção após o tratamento local da doença, por exemplo, a opera o câncer de mama e depois ela vai dar seguimento, então o apoio emocional faz parte do tratamento, ele não é um detalhe, ele é fundamental, então precisamos avaliar de uma forma individual as necessidades de cada um quando necessário considerarmos uma intervenção com a psicologia. Ou, às vezes, até com fármacos, enfim, ter uma abordagem bastante ampla, abrangente, capaz de dar esse apoio emocional para o paciente. Então, eu costumo pedir que o paciente traga, traga os familiares, traga os amigos, enfim, as pessoas mais próximas ali para o consultório, para que a gente possa acolher o acolhimento da equipe da , o acolhimento da equipe de apoio social, psicólogo. Tudo isso faz parte, tudo isso agrega muito para esse cuidado emocional que o paciente precisa ter na sua jornada e isso precisa, no meu entendimento, ser abordado em consultório oncológico, tem que vir um direcionamento. Médico a respeito disso, isso não pode ficar numa superficialidade, isso não pode ser lidado em segundo plano.

  1. A espiritualidade muitas vezes desempenha um papel importante no enfrentamento do câncer. Como o senhor vê a relação entre espiritualidade e saúde?

Resposta: A espiritualidade, ela faz parte da abordagem integrativa, não é? Não consigo pensar a saúde humana como apenas a saúde física, biológica, células, moléculas. Temos que entender que existe a mente, a mente influencia, está interrelacionada, interconectada com o nosso corpo físico. Assim como o nosso espírito. Então, o nosso espírito, ele precisa ser cultivado, precisa ser trabalhado. A fé em uma inteligência superior, a crença no divino, ela traz propósito, ela traz significado à vida humana. E isso é e, consequentemente, saúde física. Então, abordar a fé, a espiritualidade, o propósito de vida, a sensação de pertencimento a algo maior, a uma comunidade, seja a comunidade cristã, seja a comunidade relacionada a outras religiões, muçulmana, budista e por aí vai, é necessário. A espírita, enfim, é muito importante trazer isso para o cuidado, acolher o paciente nesse sentido. Porque muitas vezes o processo de adoecer, ele passa pelas crenças religiosas, pelas crenças espirituais de cada indivíduo. E estas crenças interferem muito no comportamento e isso precisa ser abordado, isso precisa ser conversado. E muitas vezes cuidado, no consultório, no meu entendimento. Então, a integralidade entre corpo físico, mente e espírito, ela é essa tríade que nós precisamos trabalhar e cuidar e equilibrar. Para que a gente consiga desempenhar o nosso melhor papel e obter os melhores resultados. Então, a espiritualidade ela tem um aspecto, eu diria assim, fundamental na saúde humana. Eu costumo explicar que, no meu entendimento, nós não temos saúde física sem saúde mental. E nós não temos saúde mental sem saúde espiritual. Então, eu costumo incentivar práticas como a meditação, como a yoga, algumas artes marciais como tai chi chuan, quengong, que trabalham essa parte de energia vital, por exemplo, não somente estas áreas, mas enfim. Muitos pacientes também podem ter melhora de sintomas com atividades como reiki, , só para citar algumas formas de abordagens, assim, que envolvem todo um entendimento maior da saúde humana, da existência humana, que não apenas, então, ficam limitadas a uma abordagem apenas física. E que muitas vezes uma abordagem com este caráter, muitas vezes já é capaz de aliviar muito dos sintomas, muito do sofrimento de um paciente, principalmente quando a gente pensa num paciente com a doença mais avançada, o paciente que ele, enfim, já se enxerga como tendo uma doença incurável, uma doença muito grave, ele está muito acometido. Então, nesse contexto, trabalhar a espiritualidade se faz ainda mais importante, não que nos outros casos isso não seja importante, é importante para todo mundo, porém, entendo eu que nesse contexto de uma proximidade maior à morte, a espiritualidade se torna fundamental de ser trabalhada e isso traz, isso é abordagem médica, abordagem dos profissionais de saúde e da rede de apoio de todo paciente que passa por essa situação, é fundamental, é algo extremamente valioso, importante, capaz de trazer um significado ali para aquele momento de sofrimento e que muitas vezes apenas, entre aspas, esta abordagem, este acolhimento espiritual, isso já é capaz, muitas vezes, de trazer bastante significado, bastante qualidade de vida para uma pessoa em sofrimento.

  1. Quais são os maiores desafios que os pacientes enfrentam durante o tratamento e como eles podem ser superados?

Resposta: Os desafios para o paciente oncológico durante o tratamento são diversos, multifacetados e precisam ser avaliados em uma ordem individual, mas é muito comum terem desafios, dificuldades de várias ordens, desde ordem econômica, social, com dificuldades de acesso ao tratamento, como dificuldades de discriminação social, dentro de casa, fora de casa, dificuldades sociais, então muitas vezes os tratamentos geram um impacto econômico para o paciente e para a família, desde ordem emocional, medo, angústia, por estar passando por uma doença séria, grave, com risco de. De morte, com risco de sofrimento, esses desafios de ordem psicológica, até os próprios desafios físicos de mal-estar, de tratamento tóxico, do tratamento gerar vômitos, perda de cabelo, enfim, cirurgias que muitas vezes podem causar um comprometimento do físico, por exemplo, uma cirurgia de um câncer de mama na mulher não é simplesmente uma cicatriz na mama, a mama tem um símbolo, uma simbologia materna, fraternal e tudo isso se não for bem trabalhado, não for bem acolhido, isso pode deixar marcas, cicatrizes, traumas na vida da pessoa e que impedem. De ter um futuro saudável, promissor e, muitas vezes, do câncer a pessoa já está curada. Então, novamente, preciso reiterar que a forma ideal é a gente estabelecer uma rede de apoio que vai desde o médico, a equipe de enfermagem, todo um apoio, vamos dizer, multidisciplinar, como eu disse, até a rede social mesmo, que pode ir do ciclo social do paciente, todo um apoio que a própria sociedade pode oferecer, enfim. E isso é a forma de levar informação, para levar informação de qualidade para o paciente. E nós, todos envolvidos na rede de apoio, podemos ouvir. Ser de verdade apoio, acredito eu que seja ouvir o paciente e suas queixas, suas angustias para que consigamos então dar um direcionamento mais saudável para cada caso.

  1. Em termos de pesquisas e estudos clínicos, quais são as novidades mais promissoras no campo da oncologia?

Resposta: Existem várias áreas da pesquisa biomédica de grande interesse meu e que eu acredito que são bastante promissoras na própria imunoterapia, uma terapia emergente, a terapia com células quiméricas, que são células geneticamente modificadas, que combatem o câncer, hoje já utilizadas em alguns tipos de leucemia, de linfomas, então é uma espécie de imunoterapia geneticamente modificada e bastante específica e com resultados bastante interessantes e promissores. Pesquisas com avaliação de DNA. Circulante em tumores sólidos, tumores de mama, tumores de intestino, próstata, pâncreas, estômago, enfim, que conseguem direcionar melhor o tratamento, que conseguem nos ajudar a tomar melhores decisões na clínica. Por exemplo, se devemos fazer um determinado tratamento após a cirurgia ou não, se devemos fazer um tratamento inicial, um tratamento, o melhor momento de iniciar um tratamento, quando iniciar um tratamento que é potencialmente tóxico, então, ou interromper o tratamento também, é bastante interessante, porque hoje, com a melhora, a modernização dos tratamentos também, não é incomum a dúvida de quando devemos parar um tratamento, já que já deu. Resultado muito bom e existe sempre uma insegurança de ao tentar parar o tratamento a doença voltar, então existem bastante pesquisas interessantes com relação aos chamados DNA circulante que é basicamente um exame de sangue que poderia que nos auxiliam, existem várias pesquisas nesse sentido que eu acredito que serão bastante bem-vindas aí com resultados promissores para o futuro que trarão assim bastante apoio nas decisões de parar tratamento, iniciar tratamento, modificar tratamentos e que ainda hoje não são disponíveis, então acredito que de destaque eu poderia dizer essas tecnologias citadas.

  1. O senhor poderia comentar sobre a importância da alimentação e do estilo de vida na prevenção e tratamento do câncer?

Resposta: O estilo de vida, alimentação, dieta, isso é extremamente importante, né? O que eu mais costumo valorizar é a questão de gerenciar o estresse crônico e tentar sempre buscar o menor aspecto possível desse estresse crônico na tomada de decisão, seja alimentar, seja de algum tipo de vício, né? Eu poderia dizer assim, os mais comuns, que é vício em álcool, cigarro e alimento porcaria, seja assim, e que acaba levando a múltiplas desordens metabólicas e uma privação de sono, que gera toda uma perda do ciclo circadiano, um rompimento do ciclo circadiano saudável, com uma desorganização dos hormônios, fazendo com que, então, a pessoa tenha escolhas alimentares ruins, né? Então, temos estudos mostrando, por exemplo, que pessoas submetidas a uma privação de sono, um sono de má qualidade, isso leva a pessoa a ter uma tendência a escolher alimentos mais hipercalóricos, alimentos mais processados, em relação a pessoas que têm um sono de melhor qualidade, e acredito eu que o fator mais disruptor no estilo de vida seja o mau gerenciamento do estresse crônico, né? Então, acredito que isso seja grave, mas o estilo de vida, então, muito corrido, né? De não ter tempo pra nada, ah, não tenho tempo pra academia, não tenho tempo pra me cuidar, então, isso é uma desculpa bastante comum de se ouvir, né? Quando a pessoa, ela assume um estilo de vida mais sedentário, então, essa falta de tempo, muitas vezes, está relacionada a essa questão do estresse crônico, e o estresse crônico levando a uma privação de sono, e a privação de sono levando a uma piora da gestão do estresse crônico, né? Entra num ciclo de retroalimentação, um ciclo vicioso aí, de estresse crônico e de privação de sono, bastante perigoso, bastante comum, e que leva a uma má alimentação, leva a um sedentarismo, a um isolamento social, e que, então, dentro desse contexto que eu coloquei durante a entrevista do nosso, dentro do meu entendimento da nossa saúde como biopsicossocial, né? É isso que culmina em doença crônica, né? Mas a alimentação, a dieta, ela é extremamente importante, a qualidade nutricional dos alimentos, né? Assim como a quantidade, assim como a forma como nos alimentamos, se estamos nos alimentando de uma forma onde a gente presta atenção no que a gente tá comendo, ou se a gente tá prestando atenção numa série, estamos estressados, comendo estressados, né? Então, a qualidade da nossa digestão, se estamos comendo muito à noite, deixamos pra comer muito tarde da noite, isso interfere na qualidade da digestão, isso tudo pode interferir também no sono, na qualidade do sono, ou seja, precisamos entender que é um contínuo de prevenção, é um contexto de experiências ao longo da vida, né? Não apenas pensarmos de uma forma reducionista, ah, é apenas alimentação, ou apenas atividade física, mas sim de um contexto mais amplo, onde que a gente consegue integrar e entender o quão multifacetada é a prevenção e o estilo de vida, pra que a gente realmente, de fato, consiga prevenir uma doença crônica tão séria.

  1. Como o senhor vê o futuro da oncologia e quais são suas expectativas para os próximos anos?

Resposta: Eu vejo com bons olhos todos esses desenvolvimentos tecnológicos, alguns eu pude ter a oportunidade de falar e trazer aqui na entrevista o impacto disso, que é gigantesco, é realmente bastante honroso, digno, temos esses tratamentos hoje disponíveis e podemos usá-los com resultados assim magníficos, então realmente isso mudou e acredito que irá mudar cada vez mais o sucesso do tratamento oncológico, porém é claro que tem um lado mais difícil que é o acesso a esses tratamentos, então a gente lida com uma grande disparidade entre o que temos no sistema público e no sistema privado, apesar de eu não trabalhar hoje diretamente no sistema público, é de reconhecimento geral que essas novas tecnologias não são universalmente disponíveis, são tratamentos caros, tratamentos que não parecem ter uma tendência de diminuir preço, pelo contrário, tratamentos que tem uma tendência de um custo cada vez maior, e aí lembrando da importância da prevenção, o que dificulta o acesso, então apesar dessas tecnologias emergentes, elas serem muito interessantes do ponto de vista científico, tecnológico, do ponto de vista de quando há o acesso, de realmente impactar de uma forma muito positiva, tanto por trazer resultados melhores, como por terem um perfil de tolerância, então um impacto muito menor na qualidade de vida do paciente. Infelizmente, esses tratamentos estão longe de estarem amplamente disponíveis para a população como um todo, então do mesmo jeito que nós temos que nos preocupar em absorver essas tecnologias e utilizá-las com o máximo de critério possível, utilizá-las da forma mais sustentável possível, dentro de todo um contexto, e trabalharmos por críticas públicas para que haja um maior acesso a esses tratamentos pela população como um todo, então isso também é extremamente importante, mas gostaria de ressaltar a importância da prevenção nisso tudo, porque realmente acredito que essa seja a chave, já que esses tratamentos tão importantes, desenvolvidos, tem um custo muito elevado e dificilmente estarão disponíveis para a população em geral como um todo, no futuro eu acredito nisso, que sempre haverá essa dificuldade e temos que lidar com os pés no chão, com bastante critério e sempre então ressaltar a importância da prevenção nesse contexto geral.

  1. Existem mitos comuns sobre o câncer que o senhor gostaria de desmistificar?

Resposta: Existem diversos mitos que precisam ser desmistificados e poderíamos fazer um bate-papo aí só para falar disso bem longo. Porém, eu acredito que o mais relevante começa pelo próprio nome, câncer. É o que nós chamamos infinitas doenças com o mesmo nome, que para a população leiga o câncer significa, em geral, a pior doença que pode existir, uma doença maligna, uma doença terrível, imediatamente vinculada à morte, sofrimento, desespero, falência, despertencimento, desmerecimento, falha do corpo, morte, sofrimento de todos os tipos. Então, físico, emocional, psicológico, social, econômico, financeiro, enfim, o câncer está relacionado a tudo isso, esse nome câncer, enquanto que, por exemplo, o paciente diagnostica um câncer, faz lá uma biópsia, porque deu um nódulo no seio e ele está com câncer de mama. O médico dá o diagnóstico de câncer de mama, porém, quando a gente fala câncer de mama, são múltiplas doenças, diferentes, únicas, eu consideraria infinitas doenças, mas pensando num ponto de vista técnico-científico, a gente vai encontrar dentro desse mesmo diagnóstico ali, câncer de mama, pelo menos quatro perfis de doença diferente, que vai de um extremo de agressividade da doença, como se fosse uma doença que a gente chama de triplo negativo, que ela tem um prognóstico ruim e que, por exemplo, o risco do paciente vir a falecer nos próximos cinco anos é de mais de 90%, enquanto que outros tumores com características mais indolentes, características mais de melhor prognóstico, pode conferir um risco do paciente de vir a falecer nos próximos cinco anos de menos de 5%, e para o paciente ele não sabe nada disso, ele sabe que ele está com câncer de mama, então, entendo eu que esse termo poderia ser trabalhado, melhorado de alguma forma nessas campanhas de , levarmos mais informações realmente a respeito disso, do impacto que essas doenças têm, de que não é todo câncer que confere mal prognóstico e que, enfim, é que a gente conseguisse trabalhar mais o entendimento e a adequação emocional do momento do diagnóstico, porque aquilo pode impactar severamente no prognóstico a forma do desafio. Então, porque muitas pessoas podem encarar o diagnóstico de um câncer, mesmo um câncer que não confira um risco alto de morte, ou seja, de bom prognóstico, mas como uma doença terrível e ter um sofrimento psicológico, emocional muito grande pelo diagnóstico e isso afetar toda a vida da pessoa, mesmo com ela curada fisicamente da doença, o que pode conferir um risco maior da doença voltar no futuro é de adoecer por outras causas, como depressão, transtornos psiquiátricos e problemas metabólicos, crônicos, inflamatórios ao longo da vida, gerenciados, vamos dizer assim, influenciados pela possibilidade do momento do diagnóstico gerar um trauma, um trauma emocional na vida da pessoa com T maiúsculo muitas vezes. Então, como um médico famoso chamado Gabor Mater, ele fala que o câncer, a doença crônica, não só o câncer, mas o adoecimento, o processo de adoecer de uma forma crônica, onde a biologia e a biografia são indissociáveis, não há uma separação entre biologia e biografia, eu acho isso bastante sagaz, bastante interessante e costumo dizer que todo câncer tem uma história, todo câncer não existe só uma questão biológica, todo câncer tem uma história, é importantíssimo para o paciente entender de onde veio, qual é a história dele, isso não é culpar o paciente, isso não é responsabilizar o paciente pela doença dele, não tem nada a ver com isso e isso não é de forma nenhuma culpa do paciente, porém trazer, empoderar o paciente de que ele é dono da saúde dele, ele é dono da cura, a cura está dentro do paciente, então o remédio, a radioterapia, cirurgia, tudo isso ajuda, tudo isso influencia e impacta na cura, porém a verdadeira cura está dentro de cada um e se a pessoa gera um trauma pela doença, só pelo nome câncer, isso pode ter consequências desastrosas no futuro.

  1. Para concluir, que mensagem o senhor gostaria de deixar para nossos leitores do Portal Lume saúde e sobre a luta contra o câncer e a importância da qualidade de vida?

Resposta: Uma mensagem final de que o câncer não é uma sentença de morte, ele está longe de ser uma sentença de morte. Entender dessa forma é algo que beira o irracional no meu entendimento e que cada indivíduo cometido por essa doença tem a cura dentro de si. Com esse entendimento, saber entender a doença, saber entender o que a doença pode ensinar e trazer de ressignificado da vida. Então, entender que faz parte do processo de cura e o que eu costumo chamar de consciência da cura é utilizar o momento da doença, do câncer para ressignificar a vida. Entender, buscar o significado da doença, participar do processo da cura, criar a consciência da cura. Então, o câncer não vem para matar, ele vem para mudar o estilo de vida da pessoa, mudar a forma que a pessoa enxerga a sua realidade, a sua realidade física, a sua realidade emocional, social. E com esse entendimento e com essa conscientização, ele, junto dos profissionais de saúde, junto de todo o tratamento, participar ativamente da cura. Se sentir, então, não apenas um objeto de cuidado. Como se ele fosse frágil, como se ele tivesse algum tipo de fragilidade em relação a uma passividade em relação ao cuidado e ao processo de curar, mas não, ele é ativo, ele é participante, ele é protagonista do processo de curar. Então, acredito que essa seja a mensagem final de que há uma consciência da cura, há uma participação ativa de cada pessoa e que precisa ser iniciada ali no momento do diagnóstico. É isso, muito obrigado, fico à disposição, caso surjam algumas dúvidas aí, eu sei que foram bastante respostas, algumas longas, algumas que podem ter surgido algum tipo de dúvida e eu fico à disposição, gostaria de agradecer a confiança, agradecer. Você o interesse pelo meu trabalho e fico à disposição para colaborações futuras. Muito obrigado.

A entrevista com o Dr. Bruno Conte traz uma visão clara e acessível sobre como tratar o câncer de forma mais humana e cuidadosa, pensando sempre no bem-estar do paciente. Ele explica que o tratamento do câncer vai muito além dos remédios e procedimentos médicos: envolve também a prevenção, ou seja, cuidar da saúde para evitar que o câncer apareça, e a importância do diagnóstico precoce, que é descobrir a doença nos primeiros estágios para que o tratamento seja mais eficaz.

Além disso, o Dr. Bruno destaca que o suporte emocional e espiritual é essencial. Pacientes que contam com o apoio da família, amigos e até com a fé tendem a enfrentar o tratamento de maneira mais positiva. Ele também compartilha as novidades tecnológicas na área da oncologia, que ajudam a tornar os tratamentos mais precisos e menos agressivos, sempre com o objetivo de melhorar a qualidade de vida dos pacientes.

Essa abordagem humanizada faz toda a diferença, pois, ao cuidar da pessoa como um todo, ou seja, corpo, mente e espírito, o tratamento do câncer se torna mais eficaz e menos doloroso, tanto fisicamente quanto emocionalmente.

Dr. Bruno Conte

Médico

Especialista em:

Clínica Médica (Hospital Ana Costa, Santos – SP. Titular pela ​SBCM – Sociedade Brasileira de Clínica Médica).

Oncologia Clínica (AC Camargo Cancer Center, São Paulo – SP) e (MD Anderson Cancer Center, Departamento de Tumores Gastrointestinais, Houston, Texas, EUA).

(Titular pela ABRAN – Associação Brasileira de Nutrologia).

Endereço: Rua Domingos de Moraes, 2781, Vila Mariana, São Paulo – SP.

Telefone: 11 91606-0091

Instagram: @drbrunoconte

Site: www.contemais.info

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